vaza e o tempo não guarda
leaks and time does not keep
leaks and time does not keep
Video (10’24) co-produced with Binaural/Nodar in the context of
an artistic residency in Várzea de Calde 2022
Vaza e o tempo não guarda
é um trabalho que emana
do contexto da minha
presença no programa
de residências Ecos da
Ida e do Retorno, na
Associação Binaural/Nodar onde, depois do contacto com tantas histórias que carinhosamente me foram contando, comecei a sentir o vazio dos que partiram, a ver miragens no fluxo da barragem, a respirar o sonho do regresso, a viver no amargo da terra dos meus ossos não ter esperado por mim.
O que é isto de ser do lugar onde não se está ou de estar no lugar de onde não se é?
As reminiscências dum mundo que já não existe ficam num universo de sentidos nubloso e invisível que ilude.
O tempo não guardou Várzea de Calde.
Não esperou por quem teve de fugir, em busca de trabalho. Por quem, como me contaram, por saber muito bem o que é o campo, ter visto na fábrica a sua sobrevivência. Ter visto noutro país – da Venezuela à Suíça - a forma de mais provável de vir a habitar o lugar onde nasceu.
Associação Binaural/Nodar onde, depois do contacto com tantas histórias que carinhosamente me foram contando, comecei a sentir o vazio dos que partiram, a ver miragens no fluxo da barragem, a respirar o sonho do regresso, a viver no amargo da terra dos meus ossos não ter esperado por mim.
O que é isto de ser do lugar onde não se está ou de estar no lugar de onde não se é?
As reminiscências dum mundo que já não existe ficam num universo de sentidos nubloso e invisível que ilude.
O tempo não guardou Várzea de Calde.
Não esperou por quem teve de fugir, em busca de trabalho. Por quem, como me contaram, por saber muito bem o que é o campo, ter visto na fábrica a sua sobrevivência. Ter visto noutro país – da Venezuela à Suíça - a forma de mais provável de vir a habitar o lugar onde nasceu.
Leaks and time does not keep is a work that emanates from the context of my presence in the residency program Echoes da from leaving and returning at Associação Binaural/Nodar where, after contact with so many stories that were lovingly told to me, I began to feel the emptiness of those who left, to see mirages in the flow of the dam, to breathe the dream of return, to live in the bitterness of the land of my bones not having waited for me.
What is it about being from the place where you are not or being in the place where you are not from?
The reminiscences of a world that no longer exists remain in a cloudy and invisible universe of senses that deceives.
Time has not saved Várzea de Calde. It did not wait for those who had to flee in search of work. For those who, as they told me, knowing the countryside very well, saw the factory as their livelihood. To have seen in another country - from Venezuela to Switzerland - the most likely way to come to live in the place where they were born.